Milhas e milhas distantes...

Querid@s amig@s , familiares, curiosos e afins,

Acreditamos ser preciso fazer uma justificativa pelo blog ter ficado sem atualização por mais de dez dias. Os motivos poderão ser vistos nas nossas próximas postagens onde terão uma idéia do que tem sido essa aventura!

Por hora vale dizer que estamos em Tulcán/Equador rumo ao Peru!

PS: Estamos registrando com fotos e videos todos os dias, tao logo consigamos resolver nossos problemas técnicos, partilharemos com tod@s!

Axé!!

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Sab 04/09 - Sétimo Dia

Pela manhã, acordamos com um alto barulho até então não identificado, seria o fim dos tempos? Seria uma manada de guaxinins passando por ali? Ou ainda algum monstro saído desses seriados de super-herói japonês que destrói toda cidade? Não, não, não... era seu Adenilson que fazia alguns “pequenos” reparos com suas sutis marretadas! Mais tarde seu Adenilson nos contou que também toca violão, baixo e cavaquinho nas missas e festinhas da comunidade.



Antes de sair para o trabalho, Omério nos deixou o café da manhã preparado. Juntamos então as broas que ganhamos da irmã Marli (Cuiabá-MT) e nos alimentamos muito bem. O Johnny e o Vitor aproveitaram pra atualizar o Blog mais uma vez (na presença de alguns calangos - lagartixas ultra dimensionadas ou micro jacarés), a Deyse arrumava suas coisas e teve um pequeno indício de desarranjo intestinal e o Jair, após lavar a louça, foi colher informações junto às autoridades locais a respeito das condições das estradas que pegaríamos a seguir.
 A Polícia Rodoviária Federal de Manaus disse que a BR-319 é um caminho pra aventureiros e não para família, sendo mais seguro seguir de balsa, até porque um trecho da estrada havia despencado. Por conta dos diversos conselhos que recebemos de não fazer esse caminho, achamos melhor fazer uma pequena reunião para decidirmos, de forma coletiva, considerando os riscos e as limitações de cada um, se deveríamos seguir nosso plano ou mudá-lo. Cerca de 15 minutos depois reafirmamos o desejo de encarar esse desafio.

Deu tempo de conhecer a simpática Bia, secretária paroquial e notarmos que as bicicletas da cidade são emplacadas pela Secretaria Municipal de Trânsito, então nada de pedalar acima da velocidade permitida nem andar com a cabeça pra fora do guidão, hein!


Já atrasados seguimos pro almoço. As (caríssimas) Ir. Paulinas liberaram o Omério mais cedo pra almoçar conosco. Tivemos o prazer de almoçar na companhia da CRPJ (Comissão Regional da Pastoral da Juventude), que já estavam amarelos de fome por nos esperar para partilha do alimento. Chegamos à casa que abriga a secretaria regional da CNBB por volta das 13h00. Lá encontramos a famosa e querida Fran, o parceirinho do Encontro nacional João (bonequinho) e uma figura que se tornaria fundamental logo mais, o Clive – atual representante da PJ de Humaitá - ou seria, Cliv, Clivi, Klyv?!....


Fizemos uma breve oração antes de nos alimentar. Após o almoço, a galera da CRPJ aceitou o convite de gravarmos uma ciranda pela paz (em breve disponibilizaremos no blog da campanha contra violência e extermínio de jovens) . No momento da despedida, Jair e Jonilton conversaram com o Clive (Cliv, Clivi, Klyv?!) e pegaram os contatos da cúria, onde poderíamos procurar as Irmãs Iandra e Ivonete em Humaitá-AM. Levamos a Fran no Cuervo Blanco até a sua aula de pós graduação em Direitos Humanos: ela nos contou que vários policiais estudam com ela e por isso, são freqüentes os embates entre as diferentes visões sobre os assuntos discutidos.

Com o menino Mogli ao volante, partimos rumo a Humaitá e Zoraide (não sei se contamos essa parte ou esquecemos, mas em algum momento da viagem, demos o nome para a GPS de “Zoraide”) tentou nos levar até a balsa mas não teve muito êxito. Então, Deyse, mais preocupada em falar com seus familiares do que com o trajeto, foi ”carinhosamente” convidada a deixar o banco da frente pro Jair, que com seus dotes de navegador nos orientou até a balsa.


Já na tal balsa, o Jair descobriu o valor da mesma e também que deveríamos voltar para reabastecer El Blanquito e comprar água. Saímos da fila da balsa e nos dirigimos até um posto onde enchemos nosso tanque e o tanque reserva (um recipiente que leva 50 litros de diesel), pois não sabíamos os contratempos que poderíamos enfrentar no meio da selva amazônica. Nesse mesmo posto não nos venderam água pois não portávamos o recipiente plástico para troca, foi quando nos dirigimos até o supermercado pra comprar água e funil. Com seu tino aguçado Vitor logo vê numa singela garrafa de amaciante o funil ideal que serviria pra fazer a transposição do diesel do barril pro tanque do Cuervo. Compramos o amaciante lavanda da marca Belga por R$3,50, Vitor ainda se vale do momento para adquirir um condicionador para suas madeixas. No supermercado não encontramos água, que teve de ser comprada pela Deyse no posto ao lado do supermercado.


Satisfeitos com as aquisições realizadas voltamos para a fila da balsa. Johnny foi à compra do bilhete e inventou um número qualquer pra placa do Blanquito, mas isso não nos causou problemas.Vitor partilha que seria a primeira vez que utilizaria deste tradicional meio de transporte aquático, revela que é um BV (balsa virgem). Ainda pudemos flagrar um tiozinho que lavou a calçada por 15 minutos e dedicou apenas 2 minutos dessa água toda pra regar suas plantinhas – crianças, não façam isso em casa, a água doce do planeta está acabando, preservem. Na balsa Jhonnny e Vitor encontram a deliciosa iguaria gelada chamada de Dindin, em outros lugares encontrada facilmente como geladinho, sacolé e outras variações, por R$1,00. Vitor toma um dindin sabor graviola e Jonilton toma um dindin sabor chocolate. Durante a travessia avistamos gigantescos cargueiros da Cargil (nota: os viajantes não recomendam produtos da Cargill com sua soja trangênica e sua grande devastação amazônica).


Atravessamos o rio Madeira por 15 minutos e com o menino Mogli ao volante caímos na BR 319 (ai que medo). O caminho não é dos melhores, muita poeira, desvios, obras, pistas únicas pra trafegar as duas mãos, carros à frente adotando a velha técnica da cortina de fumaça mas 200km depois, seguindo o uno de um nativo e sem enxergar absolutamente nada, Vitor leva a trupe dos sem fronteiras até a cidade.


Nos surpreendemos com o tamanho de Humaitá. Em pleno sábado à noite, o comércio estava movimentado: artesanato, roupa, loja do boticário, pessoas na calçada conversando,enfim, um clima bastante aconchegante. Enquanto fazíamos o reconhecimento do território também avistamos muitas bicicletas. Como não tínhamos o endereço da nossa suposta estadia, apenas o nome das irmãs que deveríamos procurar, fomos em busca da catedral de Humaitá.


Em frente ao templo religioso, nos valemos de nossa perspicaz simpatia para interagir com um “transeunte imóvel” que se encontrava por ali com o intuito de extrair maiores informações. O nativo nos apontou uma porta que deveríamos encontrar as tais irmãs. Enquanto o Vitor foi manobrar o carro, Johnny, Deyse e Jair se dirigiram ao local antes indicado e simpaticamente surpreenderam a irmã Iandra quando a mesma abriu a porta. Nos identificamos como indicados pelo Clive (Cliv, Clivi, Klyv?!), explicamos resumidamente nossa situação e após esse pequeno susto, entramos pra tomar água.

Momentos depois fomos buscar a chave de onde iríamos ficar (uma casa a um quarteirão da cúria). No caminho encontramos a Ir. Ivonete que por alguns instantes pensou nos conhecer, mas estava enganada. Ambas as irmãs logo que viram o Jonilton destacaram o fato do mesmo estar trajando uma camiseta estampada com o rosto do grande revolucionário Che Guevara - contudo ignoraram a camiseta que o Vitor vestia das CEBs – coitadinho dele, snif... A Ir. Ivonete tinha a chave que precisávamos e não foi necessário nos dirigirmos em busca da mesma. Voltando alguns passos em direção à cúria, chega um -até então desconhecido - jovem senhor de bermuda montado em uma bicicletinha, com um sotaque nada brasileiro, que começa a contar pras irmãs seu passeio pelas ruas da periferia da cidade: esse simpático e inteligente rapaz é o Pe. Luiz Sep (ou Sepe?), secretário executivo da CNBB.


De uma hora pra outra já nos víamos trocando altas idéias e conceitos filosóficos quanto à vida e a prática da igreja e outros temas de igual relevância, além de suas experiências de trabalho com Pe. Jorge Boran e Pe. Oscar Beozzo. Vitor recorda que em determinado momento o padre nos provocou perguntando “o que é missão pra você?” Depois de respondermos, ele diz: “ Um rabino certa vez foi perguntado sobre isso e ele disse: ser missionário é poder acordar pela manhã todos os dias e poder chamar o outro de irmão”.

A conversa já se estendia por mais de 30 minutos, depois de falar sobre o MST, a situação das juventudes católicas no país, quando alguém teve a brilhante idéia de seguirmos com a conversa acompanhados de uma pizza. Nos dirigimos então pra casa Sta. Marta ( a Casa do Menor - onde o Jhonny se sentiu bastante a vontade). Tiramos o cheiro de estrada e após 30 minutos nos reencontramos com as irmãs, com o padre e também com a Irmã Irene (carmelita da comissão pela Amazônia) e a caríssima Irmã paulina Osnilda (PASCOM).


Foram 15 minutos de caminhada até pizzaria. Vitor e Jair aproveitam pra fazer uma série de perguntas sobre o pensamento do padre a respeito de algumas questões da Igreja, da vida, da moral e do mundo. Deyse e Jhonny felizes com o fato de termos onde repousar as carnes e tomar banho, dançavam pela rua.


Já na pizzaria, pedimos duas pizzas GG e uma Baré (essa que foi comprada pela Antártica), pois o famoso guaraná local Tuchaua estava em falta. Passados 45 minutos (Jair aproveitou para ligar para Maria) e com nossos estômagos digerindo nossos rins chegam as tão esperadas pizzas de 4 queijos e outra meia vegetariana e meia calabreza ( certa falta de coerência esses sabores, não?). A Ir. Osnilda e o Jhonny pediram uma cervejinha básica para acompanhar. Trocamos uma série de impressões e experiências, rimos um bocado e nos retiramos do local, até por que no dia seguinte queriamos participar da missa das 6h15.


Voltando pra Casa do Menor por outro caminho, o Padre Luis deu entrevista exclusiva pro Jair e a Ir. Iandra contou um pouco a respeito de seus trabalhos no rio Madeira (comunidades ribeirinhas). Combinamos o café-da-manhã do dia seguinte e nos recolhemos. Já bem tarde Jonilton e Deyse resolvem bailar ao som de musiquinhas de celular, o que deixou o Vitor um tanto irritado pela barulho, atrapalhando seu descanso de pele e todos dormiram...

Próxima parada: Selva Amazonica!!

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Axé!!!

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Sex 03/09 - Sexto Dia

Pela manhã já estava pronta a mesa do café, partilhamos um pouco as histórias que estamos vivendo, as experiências das Irmãs com os povos Indígenas e já nos sentíamos em nossas casas.  Após o café aproveitamos pra atualizar o blog (que estava a dois dias sem atualização)  fazer o cálculo dos gastos, alguns acertos, textos.  Nesse meio tempo chegou o técnico de informática que o Alceu chamou pra dar uma olhadinha no note do Johnny, pois o mesmo não estava mais ligando, o rapaz mexeu, mexeu, mexeu, mas não adiantou, parece ter sido o fim do pequeno aparato tecnológico. Continuávamos fazendo as atualizações, enviando alguns e-mails referente aos nossos próximos pontos de passagem (Edney, estamos chegando) e a Karol chega na casa pra irmos todos almoçar. Vitor descobre que o Padre e a Vizinha, são vizinha e Padre e não os pais do Alceu....uma surpresa!

Em uma conversa com o Alceu, ele nos partilhou que ficou com um pouco de receio em nos receber, uma vez que tinha pouca ou quase nenhuma informação ao nosso respeito, até saberem  que éramos jovens da Pastoral da Juventude, então ele ficou mais tranquilo.

Um a um nos apresentamos à Karol, que nos recebeu com um fraterno e aconchegante abraço. Minutos depois parecia que conhecíamos aqueles belos olhos azuis e seu sorriso faceiro há muito tempo, visto a sintonia do grupo com essa querida pejoteira (Karol... desculpa pelo Orkut). Arrumamos nossas tralhas, o Vitor percebeu que havia perdido mais um shampoo e seguimos todos para o almoço por volta das 13h30 num restaurante ali perto.

Já na mesa do almoço, o Alceu nos disse que planeja fazer uma aventura parecida com a que estamos fazendo, porém de moto. Pudemos conhecer um pouco mais sobre ele também, saber que é natural de Santa Catarina, Professor de Antropologia, está em processo de formação religiosa (um futuro padre incentivador da Juventude) e que tem interesse em desenvolver trabalhos junto às  comunidades indígenas.

No almoço, com muito suco de laranja, pois fazia bastante calor, a Deyse e o Jair se renderam a culinária local e comeram peixe (Tambaqui). O Vitor não se adaptou muito ao sabor encorpado do prato e resolveu partir pro tradicional filé com ovo e o Johnny ficou só no ovo.

Recebemos algumas dicas do Padre Joceir sobre a estrada até Porto Velho-RO e ele nos aconselhou a não seguirmos de carro pela BR-319, mas sim por balsa – contudo seguiremos nossa ousada proposta de encarar a temida rodovia!
Passamos no banco por volta das 14h05, pois o Johnny precisava resolver algumas questões monetárias, no entanto, descobrimos que a dita instituição financeira encerra  seu expediente às 14h00 - o menino ficou desapontado, mas seguiu confiante...

Alimentamos El Cuervo Blanco novamente e seguimos  em direção a Porto Velho-RO às 15h15. Às 16h30 passávamos pela cidade de Cacoal-RO e avistamos na beira da estrada uma estação repetidora do SBT, chamada TVALLAMANDA. Como já tínhamos adquirido experiência desde nossa última parada na rádio Araguaia, resolvemos dar uma paradinha por ali também.

Fomos recebidos pelas simpáticas recepcionistas que logo perguntaram a Deyse e ao Vitor se vendiam colares e pulseiras artesanais, visto que estavam trajados um tanto quanto ao estilo hippie e com nossos característicos penduricários. Quando explicamos resumidamente nossa história, as recepcionistas falaram com o editor da TV e pediu para que esperássemos, pois, seria gravada uma entrevista conosco.

Enquanto esperávamos, conversamos com as recepcionistas que, descontraidamente, nos contavam sobre a visão que as pessoas de fora de Rondônia têm desse belo estado: alguns pensam que onças e macacos andam no meio das ruas junto às pessoas,rsrs. Após 30 minutos chegou o Emanuel (um jovem mancebo com luzes no cabelo) e seu cinegrafista que nos entrevistaram e desejaram boa viagem. Falamos sobre os objetivos da viagem, por onde passamos, como fomos recebidos pelas comunidades, sobre a campanha de combate ao extermínio de jovens e sobre o Congresso Latino-americano...

Às 18h00 paramos em Presidente Médici-RO (dica do Emanuel, que nos disse que pra frente o diesel estaria mais caro) para alimentar El Cuervo Blanco (diesel a R$ 2,15). O Vitor (que vinha dirigindo desde Vilhena-RO) cedeu o volante pro Jair e seguimos nosso rumo.

Lá pelas 23h20, passávamos por Candeias quando o Vitor ligou pro Omério (que nos acolheria em Porto Velho) e recebemos a  primeira pista de como chegar ao nosso abrigo. Numa nova parada para abastecimento, Jair pediu para lavar o para-brisa enquanto foi pagar. Enquanto isso, o frentista motivado e empolgado, de forma prestativa, resolveu lavar todo Cuervo sem notar que as janelas estavam abertas e nossa amiga Deyse ganhou um banho grátis de mangueira...rsrsrs

A cada 5 minutos o Omério nos enviava novas pistas via SMS que deveríamos seguir. Foi praticamente uma caça ao tesouro, mas foi batata, três coqueiros e duas colinas depois, lá estávamos nós na Casa Paroquial Sagrada Família (localizada no bairro Embratel), onde o Omério nos aguardava com os portões abertos. Nessa noite fomos dormir em jejum (não por culpa do Omério, que foi muito atencioso e se colocou a disposição até para preparar rapidamente uma janta) mas porque Vitor e Deyse resolveram fazer um balanço dos últimos acontecimentos. Deyse se valeu da sua condição de mulher para dormir sozinha num quarto com ar condicionado e cama de casal. Já os demais viajantes se acomodaram no outro quarto...

Próxima parada: Humaitá/RO

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Axé!!

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Notas de um observador

Bom dia comunidade.....Notas de um observador

Essa é a primeira postagem assinada. Em nome dos quatro viajantes, eu Vitor Hugo, gostaria de agradecer às pejoteiras e pejoteiros dessa e de outras caminhadas.

Faço um breve resgate histórico da minha vida, ainda no grupo de jovens, depois na coordenação diocesana, arquidiocesana, onde fui crescendo em maturidade e espírito com a ajuda de pessoas muito queridas.

Hoje olho por esses caminhos por onde andei e reafirmo que cada noite não dormida, cada atividade, assembléia, debate, discussão, defesa de idéias, imprevistos, celebrações, festas, partilha, abraço e sorriso valeram à pena.

Estamos passando por diversos caminhos e por todo canto sendo acolhidos com o característico cuidado Pejoteiro, e vale à pena registrar nominalmente aqui cada um.
Em Rio Claro a companheirinha Anika, Livia (sua irmã) e seus pais Cesar e Marcia. Anika que junto com o André (Dedé) em determinado momento abraçou a causa cultural-evangelizadora do CDL-Musical e tão pacientemente fez tudo acontecer.

Em outro momento, o reencontro com a Edina, amiga amada que desde o primeiro abraço me cativou e em seguida cativou todo o grupo. Nos aproximamos numa visita ao Parque do Ibirapuera após o seminário do Regional Sul 1 para o Congresso Latino-Americano, mal imaginava que essa história seguiria tão forte dai em diante.

Na CaJu ainda pude rever outros tantos amigos, Debora, Alessandra, e os novos companheiros Kely e Marcelo.

Contamos também com a atenção do Nelson, que mesmo sem nos conhecer nos acolheu muitíssimo bem em Cuiabá, trocamos ainda várias experiências em relação à Campanha contra a Violência e o Extermínio de Jovens.

A seguir a Francigerle, que tive a oportunidade de ter contato maior no último encontro Nacional da PJ, com seu sorriso sempre disposto e brilhante nos colocou em contato com a Karol, que logo agilizou nossa estadia em Vilhena/RO e também nos acolherá em Porto Velho.
Já em Porto Velho o cuidado do Omério, rapaz paciente que preparou um belo café da manhã e se colocou a nossa disposição

Aproveito ainda pra agradecer o Edney que nos receberá em Manaus/AM enfim....PASTORAL DA JUVENTUDE, tenho muito orgulho de carregar no peito esse projeto de vida, é possível sentir a força revolucionária em cada olhar...obrigado.
PJ aqui, PJ lá, PJ em qualquer Lugar!

P.s: Agradecemos também os familiares do Jonilton em MG, e a congregação da Divina Providência.

 







Axé                   Vitor Hugo


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Qui 02/09 - Quinto dia

Acordamos por volta das 6h30 e tomamos café da manhã na doce companhia da Irmã Lorena, natural do Peru que nos deu várias dicas sobre o caminho que podemos passar e ainda nos ofereceu a acolhida na casa de seus familiares (Vamos combinar isso direitinho Irmã).

No jardim vimos que havia um coqueiro bem grande com seus diversos coquinhos verdes, após alguns comentários as irmãs perceberam nossa vontade de experimentar os cocos e nos convidaram a colher os cocos. Havia uma escada de madeira que levava até a copa da arvore, então, num momento de coragem o menino mogli (Vitor) começa a escalada e após alguns minutos tira 4 cocos do coqueiro.

Já as 7h30, partimos com a Ir Marli pra faculdade, ela precisava entregar um trabalho e seguiria conosco pelas cachoeiras da Chapada dos Guimarães. Pra quem pensava que congestionamento brabo é congestionamento de SP, se engana, pegamos 1h de congestionamento  dentro de Cuiabá e chegamos na cidade de Chapada as 09h00. Passamos de carro pelo centro, e voltamos pra apreciar as belezas naturais.



Paramos no Portal do Inferno, uma formação de grandes rochas em circulo, um lugar bem bonito, tiramos algumas fotos e seguimos pra cachoeira Salgadeiro. Chegando na cachoeira, pagamos R$5,00 pra estacionar o Cuervo e uma mocinha simpática chamada Ivonete (intérprete e guia) pede ajuda pra fechar sua Kombi, aproveitamos pra pedir algumas dicas sobre o caminho a seguir.



Com o espírito vibrante depois de cantar Mamãe Oxum e Pedra mais alta sob aquela belíssima queda d´água ( Jair mergulhando de cabeça nas águas não tão geladas, Deyse com sua pele branquinha reluzia com aquele sol e o Menino Mogli se sentia em casa), pois bem,  seguimos novamente pra Faculdade da Irmã Marli. 



Ao lado da universidade existe um bar que se chama “Faculdade da Cerveja” o Johnny ficou tentado a fazer sua matrícula pra livre docência ou até mesmo concorrer a reitoria da tal instituição. Com a irmã Marli estudando seguimos os 4 aventureiros de volta pra casa que nos acolhia.





Recebemos o recado da Anika (Rio Claro) que havíamos esquecido a bomba dos colchões de ar...putzzz e oVitor esquecido o shampoo....putzzzz.

Agora imaginem, 4 pessoas bem perdidas em Cuiabá, éramos nós. Sabíamos o nome do Bairro, sabíamos que havia um colégio lá perto e nada mais. O Vitor pede pro Jair dar uma encostada no carro pra pedir orientação a um transeunte, o rapaz parado por nós não sabia onde ficava o colégio procurado, mas, um gurizinho esperto que passava por ali, ouvindo nossa conversa disse “Estou indo pra lá”. Foi o anjinho Bruno, são paulino, que convidado por nós, seguiu vôo no Cuervo e nos deixou em frente a casa das Irmãs...ufa...Bruno Não aceite carona de estranhos, ainda mais quando os estranhos são bem estranhos!!!

Chegando em casa, pedimos á Irmã Clara pra conduzir uma vivência de  Biodança conosco (nessa hora o Vitor lembrou dos oficineiros de biodança do CDL-Musical o querido camarada Ton de São José e a Amanda, amada de São Vicente), pois ela é especialista no assunto,  enquanto isso o Joni  meditava no quarto. Tivemos um momento de beleza e pureza rara, importantíssimo pra continuidade da viagem, a Ir. nos fez olharmos uns nos olhos dos outros, sorrirmos uns pros outros, tomarmos consciência da força e importância de cada um ser como é, diferente e único. Recordo que a irmã nos ensinou que tudo que fica parado tende a apodrecer e que tudo que queremos dar vida, devemos colocar em movimento. Algumas lágrimas depois e com o coração infinitamente feliz e purificado partilhamos o coco colhido mais cedo e esse teve um sabor todo especial.



Já era hora de arrumar todas as coisas e seguir caminho uma vez mais rumo a Vilhena/RO.  Foi quando o Jair diz “Vitor, temos um probleminha, o porta-malas não está fechando” e não estava fechando mesmo. Então desparafusamos umas partes, investigamos outras e estudamos detalhadamente o problema, já desistindo de arrumar a trava o Vitor deu um golpe com o cabo da chave de fenda na trava e eis que a mesma volta a funcionar!!! Eba! Poderíamos seguir sem maiores complicações. Acondicionamos as malas dentro do Cuervo e saímos as 15h30.

Ir Clara, Jair, Ir Lucia, Vitor e Johnny









Paramos pra fazer um lanche cerca de uma hora depois e perguntamos “Que cidade é aqui?” e a resposta foi...” Aqui não é cidade não” ficamos levemente assustados  mas foi onde finalmente o  Jair e a  Deyse experimentaram o pão de queijo frito , o Joni comeu um enrolado de presunto e queijo frio e todos se deliciaram com uma Jarra de vitamina de frutas que o Vitor pediu, com casca e sem açúcar. Na saída da “lanchonete“ havia uma repartição com alguns cd´s. entre tantos e tantos cd´s de forró e sertanejo o Vitor encontrou um cd do Raulllllllllllll, raridade essa que não poderia escapar, levamos o Raul conosco.

Novamente na estrada, tivemos o vôo do Cuervo Blanco  interrompido pelo guarda federal rodoviário, vale dizer (sem ironia, de verdade) fomos muitíssimo bem tratados pelo guarda, educado, sereno, apenas pediu nossos documentos, nos orientou sobre os perigos da viagem, sobre as dificuldades que poderíamos encontrar, pediu pra que fossemos  com mais calma pelo caminho e nos liberou.

No caminho, que começava a escurecer, vimos o que achamos ser as margens do Pantanal, e o Vitor (que vinha dirigindo desde a saída de Cuiabá) passou o volante pra Deyse. Com a noite posta o Vitor sugeriu uns joguinhos musicais, como “quem roubou o pão na casa do João”, “alguém está batendo na portinha do seu coração” e iniciamos o primeiro concurso musical pantaneiro de estrada, um do grupo lançava uma palavra e os demais deviam tentar adivinhar qual música se tratava, o Jair deu uma lavada nos demais. Também brincamos com a música da velha a fiar e da mosca que veio lhe fazer mal.

 Depois de ter feito seu papel de animador de acampamento Vitor adormece e o grupo faz um resgate das músicas empoeiradas do fundo do baú, com direito a Xuxa, Menudo, Tonico e Tinoco, Milionário e José Rico, Sidney Magal, Wando, Beto Barbosa, Amado Batista, Sergio Brito, entre outros. Este foi um momento muito gostoso, pois a Deyse dirigiu quase 400km sem sentir nada, já que foi a noite de partilha mais rica e divertida que tivemos até o momento. Penso que viver momentos de alegria plena como este somente nos fortalecem e servem-nos como referencias quando as angustias e o cansaço aflorarem.

Por volta das 21h30, já com a fome apertando estávamos à procura de um restaurante na beira da estrada. De repente o Johnny diz: ”olha um restaurante mineiro ali”, mas com fé de que Deus prepararia algo melhor em seguida avistamos uma churrascaria no posto da estrada, o grupo foi fazer uma boquinha e o Vitor permaneceu  com seu descanso de pele.

Devidamente alimentados, nova troca de direção e Jair pega no volante, alguns quilômetros depois a Deyse volta ao volante e percebe que o diesel estava na reserva, nesse momento houve um breve momento de total desespero, visto que não parecia haver civilização nos próximos quilômetros, mas o inesperado novamente aconteceu, pedimos a Deus que colocasse  um posto de Diesel no nosso caminho e na próxima curva avistamos uma cidade, ufa, que alivio. Com El Cuervo Blanco agora alimentado, Jonilton e Jair pegaram no sono enquanto Vitor seguia com seu descanso de pele.

Mais alguns quilômetros de estrada e os outros 3 acordam, tudo bem escuro, entramos em contato com a Carol (Secretária Paroquial e membro da equipe de coordenação da PJ de Vilhena/RO) que disse para pararmos no primeiro trevo que alguém viria ao nosso encontro.

Alguns minutos se passaram e lá estava o Alceu, que nos levou até a casa das irmãs "coincidentemente"  da mesma congregação da casa de onde acabávamos de vir " Divina providência”. Passava das 2h30 da manhã e fomos recebidos com um largo sorriso no rosto, estavam na casa a vizinha Marlene, o  Pe. Joseir (dos nossos), Ir. Teresiana, Ir. Maria Amelia e Ir. Ana Paula (também amiga da Ir Lorena, a peruana); conversamos alguns minutos com todos, fomos levados aos nossos quartos (uma beleza, camas macias, tudo muitíssimo bem arrumado, toalhas...) tomamos um bom banho e fomos descansar as carnes.

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Qua 01/09 - Quarto dia

Já estávamos nos sentindo em casa, repletos de um sentimento bom - desses que temos quando estamos entre companheiros de caminhada :-> - quando acordamos por volta das seis da manhã. Meio cansados, mas dispostos a viver o novo dia que nascia, tomamos uma deliciosa vitamina preparada por nossa amada Edina. Em sua varanda fizemos uma oração cheia de carinho e agradecimento pela oportunidade e a graça de poder viver todos os momentos especiais daqueles dias. Edina, você nos cativou. Você nos cativou.


Após nos despedirmos e com o coração na mão, rodamos cerca de uma hora em Goiânia, entre congestionamento (sim, isso não existe só em São Paulo!) e erros do GPS (GPS também é humano... :-P). Com disposição total e baterias recarregadas, o Vitor empolgado pilotou nosso Cuervo na ansiedade de logo chegar à Cuiabá-MT - o cara levou tão a sério a questão do Cuervo Blanco que parecia querer fazê-lo decolar durante o caminho... Amanhã é possível que ele tente fazer El Cuervo botar um ovo, rsrsrss.

Como esse lance de viajar dá muita fome, resolvemos parar em São Luis dos Belos Montes- GO, em posto de beira de estrada para tomar um cafezinho acompanhados de esculturas da branca de neve e os sete anões que habitavam os jardins da lanchonete . O Jair pela primeira vez comeu um pão com manteiga “na chapa” feito numa sanduicheira; a Deyse acreditava que, na verdade, a manteiga era mesmo maionese; o Vitor pediu um bolinho de frango pensando que era um empanado e o menino Johnny estava meio indisposto com uma dorzinha de estômago.

Logo à frente avistamos a primeira queimada do dia! Percebemos que o fogo que se alastrava pela vegetação de beira de estrada estava adentrando mais a pista com o vento, chegando a entrar em contato com El Cuervo, porém felizmente nada aconteceu conosco, mas com a mata... Fizemos um instante de silêncio...

Rodando e rodando por estradas não muito bem identificadas, passamos por algumas palhoças... (era a primeira vez que avistávamos esse tipo de construção a beira da estrada), continuamos mais alguns metros até percebemos que aquela imagem tinha incomodado a gente de alguma forma e resolvemos voltar e ver do que se tratava. As palhoças estavam abandonadas. Eram cerca de 6 abrigos, um completamente destruído e os demais abandonados.




 Ao entrar em um deles, o Vitor encontrou um livro entre a palha e a estrutura de madeira. Ao pegá-lo, notou que era uma bíblia, neste instante chamou a atenção dos outros viajantes que se juntaram para vê-lo e a Deyse fechou os olhos, abriu uma página e proclamou a leitura de Romanos 9, 19-25. Após esse momento de partilha e surpresa neste local completamente abandonado, encontramos outro sinal de vida: no meio daquela secura havia também uma única torneira com água aparentemente fresca. Em outro abrigo o Vitor encontrou uma garrafa de refrigerante, ainda com gás e com data de fabricação de 17/08/10 o que supõe que o lugar fora sido utilizado como abrigo há pouco tempo.

A Deyse pegou um saquinho de arroz vazio que encontrou dobrado entre as madeiras de uma parede deu ao Vitor que o encheu de terra e saímos de lá com um sentimento de mistério sem saber a história daquele lugar e daqueles cristãos.


Mais a frente nos deparamos com à segunda queimada do dia...dois senhores tentavam apagar ou controlar o fogo que insistia em invadir a estrada e levantar uma densa fumaça, seguimos em frente mas o incomodo ficou no ar, pois não paramos pra ajudá-los.


Eita mundão grande esse!!! El Cuervo estava com tanta sede como nós que pedia pra ser abastecido. Então paramos em outro posto onde conhecemos “Seu Bento” que na verdade disse ser “São Bento”, um senhor muito simpático, com pinta de coronel aos seus 70 anos trazia na sua Ranger de detalhes cromados sua jovial “esposa” de 37 anos. Em seguida ele nos confidenciou que tem 2 riquezas em sua vida: as suas duas mulheres, que inclusive são amigas.


Hoje Seu Bento é aposentado, foi servidor público da Policia Federal e se dedica a cuidar de 2 mil cabeças de boi além das esposas. Fomos convidados por ele pra dar uma volta por sua cidade, e experimentar uma pinguinha : - Mas óia, quando vocês não quiserem mais ela (a Deyse na interpretação do Vitor e a nosso El Cuervo para os demais) pode deixar que eu aceito”

Já passava das 12h00 quando o Jair avista uma rádio na cidade de Aragarças (última cidade de Goiás), e a Deyse comenta que seria interessante se fossemos dar nosso relato na rádio, todos se animaram e fomos até eles. Na chegada, fomos simpaticamente recebidos pela curitibana Simone (@symonemota) que nos contou a lenda de Araguaia: “quem toma água desse rio, sempre volta pra cidade, eu tomei essa água e voltei” disse ela sorrindo.



No mesmo clima de interesse, contamos nossa história e ela se interessou bastante, além de nos dar dicas de passeios turísticos pela cidade e nos convidar para tirar fotos no estúdio da rádio, onde conhecemos o Max (locutor) e os demais funcionários da rádio. A Symone disse que iria preparar uma ”sonora” pra divulgar na programação da rádio. Ao sair ainda fomos presenteados com alguns adesivos da rádio e CD Hugo Pena e Gabriel, Mr Gym e Deville. Ah, durante a nossa passagem pela rádio chegou uma senhorinha que foi buscar seu prêmio de “troca de óleo”. Animados tomamos um sorvetinho e seguimos viagem.


Já as 15h30 paramos em Barra do Garças, um aconchegante restaurante no meio do nada, bem limpinho, mas para nosso azar já haviam parado de servir refeições ás 15h00.


Em busca de outro local para comermos, foi nos apresentada a lenda do pão de queijo frito. Ficamos curiosos para saboreá-lo, mas como estávamos de estômago vazio optamos por uma refeição com mais nutrientes. (Contudo, se alguém tiver ai a receita pode mandar que postaremos aqui no blog!). Na mesma rua encontramos o Restaurante dos 3 Tchê, e novamente na presença da branca de neve e os sete anões, por R$ 7,50 nos ofereceu bifes, arroz, feijão e ovo frito e mais 3 jarras de suco de laranja que partilhamos por R$ 15,00...o que naquela altura se tornou a comida mais deliciosa que poderíamos comer.


Já nutridos, seguimos caminho mas, dessa vez, sob a direção da companheira Deyse.


Num gesto de cavalheirismo, enquanto a Deyse dirigia todos os meninos dormiram... hehe. Na verdade só perderam a linda paisagem do entardecer do Cerrado Brasileiro acompanhado de um sol radiante que deixava em todo o céu um degradê de cores azuis e laranjas mesclando-se (Ai, preciso parar para tirar uma foto, preciso...mas não consegui por que não havia um acostamento em nível da rodovia, somente nas estradas locais). Tudo estava indo bem até observar o sol sumir em uma massa cinzenta...e dessa vez não era mais uma queimada, mas sim... a cidade de Primavera do Leste.


O Jair acorda na cidade de Primavera do Leste-MT, horrorizado com a paisagem que vê. Não conseguiu tirar foto ou filmar, pois era realmente medonho, uma cena tirada de algum filme desses de catástrofes e fim do mundo, como por exemplo Mad Max. Num calor insuportável e desértico por conta do desmatamento em prol do cultivo de soja, se via máquinas jogando água na estrada de terra pra baixar poeira, ao redor da estrada uma nevoa branca acompanhava El Cuervo. No céu não havia mais sol e esse não voltou mais durante os 80km que rodamos como se estivéssemos dentro de uma estufa...DESTRUIÇÃO TOTAL EM PLENO CERRADO, era tudo que se via além de postes de energia e a fábrica da Cargil (Pensemos amadas e amados amigos e companheiros de luta se realmente temos a idéia da destruição que nosso país está sofrendo...parem para pensar...e quem viver viverá)!


A noite veio e o Jair começou a interagir encantando-se com as estrelas, enquanto nossa ousada companheira Deyse fazia uma audaciosa ultrapassagem que nos tirou o fôlego, só então Vitor e Johnny acordaram.

Nesse meio tempo fomos combinando de nos encontrar com o Nelson, pejoteiro da Arquidiocese da casa que nos acolheria. Na casa já estavam a Ir. Clara e a Ir Lorena, que nos deram as boas vindas e um forte abraço. Elas fazem parte da Congregação da Divina Providência (Eduardo Michelis), e desenvolvem seu trabalho principalmente na periferia. Encontramos a mesa pronta, nossos quartos impecavelmente arrumados com direito a toalha e sabonete. As irmãs nos mostraram a horta que cultivam em sua casa com frutas, hortaliças e ervas para chá. Na casa mora também o Catatau, cachorrinho que logo se acostumou com nossa presença.



Durante o jantar (Literalmente em forma da Mesa Redonda) aproveitamos para partilhar nossas experiências e pensamentos sobre a Campanha Nacional da PJ contra a Violência e Extermínio de Jovens; discutimos sobre as políticas públicas, saídas e experiências de SP e MT a respeito dessa temática e ainda descobrimos que o pessoal de Cuiabá fez sua Ciranda pela Vida, que vamos postar em breve no blog da Campanha HTTP://ciranda.juventudeemmarcha.org.


Combinamos nossa passagem por Vilhena e Porto Velho com a Fran e fomos dormir pra amanhã seguir rumo a Chapada dos Guimarães na companhia da irmã Marli.


Antes de dormir o grupo acertou alguns detalhes de relacionamento e conduta e dormimos felizes com os presentes que deu nos ofereceu no dia de hoje através de sua Palavra (leitura bíblica); da Água fonte de Vida e do Sol, fonte de energia que nos seguirá ardentemente nos próximos dias e destinos de nossa aventura, ou melhor peregrinação em missão pela partilha e fé de um mundo melhor...

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Ter 31/08 - Terceiro dia

Lá se foram sete horas de estrada e chegamos à casa da Edina (linda!!) em Goiania (GO) ás 2h30 da manhã do dia 31..nham...que soninho... Mas logo nos animamos e o abraço verdadeiro, forte e demorado fez compensar cada minuto de viagem até ali.

A Edina nos apresentou seu apartamento: quadros, enfeites, miniaturas..., quando percebemos a prosa se estendeu e só terminou às 4h30 quando prometemos acordar às 08h30 para aproveitarmos bem o dia.


Graças a uma ligação recebida pelo Jair às 9 horas, acordamos bem devagarzinho. Com rara disposição, o Vitor foi agitando e pentelhando logo cedo. Incorporou o DJ e mandou ver Karnak (Juvenar, Juvenar vem tirar o leite, são 6 horas da manhã), Tribalistas (bom dia comunidade...), Raul (a frieza do relógio não compete com a quentura do meu coração, coração que bate, 4x4 sem lógica e sem nenhuma razão), Teatro Mágico (camarada d'água), Marcio Araco (ciranda), Gonzaguinha (viver e não ter a vergonha de ser feliz...)



Enquanto isso, a anfitriã nos preparou um café da manhã completo com frutas, leite, chocolate, pão, frios, bolacha..hummmm; Jair foi aproveitando para lavar umas roupinhas e o Johnny e Deyse se perderam tentando mais uma vez arrumar as malas no Cuervo Blanco.

Já eram mais de 10h00 quando conseguimos sair pela arborizada e limpa Goiânia. A primeira parada foi numa farmácia, onde um senhor esbravejou com o Vitor pela porta do Cuervo ter encostado em seu carro, pois poderia ter danificado o carango alheio (além do nosso). Mas como nada aconteceu, seguimos adiante. No interior da farmácia, Johnny e Deyse foram tomados por uma vontade súbita de dançar forró e começaram a ensaiar alguns passinhos ainda na fila do caixa, ao som de “Facamolada”, quando uma discreta senhora de cabelo laranja parabenizava a disposição dos bailarinos e ainda exaltava o estilo exótico do Vitor.

Dali partimos para a Praça Cívica, guiados por nossa anfitriã que nos apresentou o palhaço, digo, palácio do governo, onde reside o governador e conhecemos o Monumento das Três Raças (ninguém ouviu um soluçar de dor num canto do Brasil).


Monumento das Tres Raças - Praça Civica, Goiania/GO

A próxima parada foi no Bosque dos Buritis, um singelo e belo lugar repleto de atrações, entre elas: um lago com garças e patos e um museu onde prestigiamos as xilogravuras de Heliana de Almeida (Amanda, enviaremos um catálogo bem interessante pra você), além do artista Resa que trata de forma surpreendente o tema violência e sagrado.

Bosque dos Buritis, Goiania/GO

Já fora do museu, fomos presenteados pela natureza e pelo chafariz do centro do lago, quando um vento generoso borrifou em nossos corpos uma água fresca naquele calorão de Goiânia.









A Deyse então foi dirigindo até o mercadão municipal, e até ouviu uns: ..."barbeiraaaaaaaaaaa" só por que avançou um farol vermelho...

Estacionamos El Blanco por R$2,00 e nos deliciamos com as apimentadas e famosas empadas do seu Alberto no Mercado Municipal. Em seu quiosque pudemos encontrar fotos de celebridades como Fernanda Montenegro, Bibi Ferreira, Paulo Torres... Além disso, nos corredores encontramos diversas peças artesanais e outras gostosuras locais que provocaram nossas lombrigas.

O próximo passo foi tomar um açaí na Estação do Açaí (o que não podia faltar em Goiânia, rs). Mas antes de entrarmos, um rapazote com um sorrisinho maroto encostou no Vitor e disse euforicamente :"lindo hein....". O Vitor negou, mas achamos que ele por pouco não pediu o telefone do rapaz... hehe





Açaí tomado, lá fomos nós pra Casa da Juventude (CAJU). E essa parte é muito difícil descrever de forma pouco apaixonada, lembro de uma partilha do Jair que disse que aprendeu em certo curso que “toda experiência de vida é única e intransferível”!

Enquanto conhecíamos as instalações da casa íamos cumprimentando o Roberto da portaria, a Dalila, o Ricardo, o Daniel (mestre mais fresco de Goiânia hehe, é que ele acabara de ser aprovado na banca avaliadora), Maria e Vilma, Pe. Geraldo (que parou seus afazeres pra nos recepcionar de forma calorosa), Nil e Jenifer, Kelly (responsável pelos projetos financeiros), Alessandra, Marcelo, PC e Wesley (jovens colaboradores e cheios de talentos), Eumira (arte), Lourival, Eduardo (psicólogo social que o Vitor havia conhecido no Fórum Social Mundial de Belém), o povo da Cerrado Assessoria Jurídica Popular, dona Raimunda e Carmem Lucia (serviços gerais), Débora (menina tão especial, tão querida do abraço acolhedor) e a também simpática e atenciosa Gardene (nossa nova parceirinha).

Na CAJU pudemos consertar o cabo de energia do note do Johnny, acertar nossa estadia com a Fran em Porto Velho (RO), readaptar nosso trajeto, enquanto o Vitor conferia as fotos que o Lourival havia tirado no casamento da Quel e do Quim.



Nessas horas que passamos pela Casa percebemos que é realmente uma casa DA juventude, onde o carinho, o compromisso e a dedicação que cada um tem com a causa, estimula todas as pessoas ao redor a entrar nesse sonho de colaborar com a construção de outro mundo, o da civilização do amor. Sentimos o espaço repleto de harmonia, ambiente acolhedor sem deixar de destacar que encontramos colaboradores/voluntários em quase todos os espaços e atividades da casa. Essas horas na CAJU também nos proporcionaram uma experiência real de rede de relações.

No fim da noite rimos bastante na companhia de Kelly, Alessandra, Marcelo e Edina, com a oportunidade de ouvir o Jair contando suas aventuras pelo Paraguai e voltamos para casa com a sensação de ter aproveitado o dia de forma muito especial!



p.s.: Edina, nós não queremos atrapalhar vc, tá certo que chegamos às 2h30 da manhã na sua casa, filamos lanche, café da manhã, te alugamos a manhã inteira, fizemos vc perder 3 reuniões, e de novo banho, teto, lanche...mas nós não queremos te atrapalhar. 

Próxima parada: Cuiabá/MT

Comentem!!!!

Axé!!

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Seg 30/08 - Segundo dia

“Rosa vermelha, rosa amarela, quero um botão de rosa pra por no cabelo dela” (Facamolada)

Eram 5h30 e o Henri (cachorrinho Akita) acordava nosso companheiro Johnny a base de largas lambidas, vale a pena citar (ainda que ele não vá ler) que o que o Henri tem de enorme tem de dócil, confesso que fiquei tentado a montar nele, como no clássico história sem fim, contudo a Márcia e Cesar (acolhedores pais da Anika) não iriam gostar muito. Tomamos um café reforçado, e nos despedimos pra seguir rumo a Araxá-MG.

Jair, Livia, Doan Márcia, Vitor, Deyse e Johhny fotografando!


Na saída da casa da Anika aproveitamos pra montar nosso aparato de personalização do “Cuervo Blanco” (nosso algo-móvel), então depois de alguns cálculos avançados, matrizes complexas com integrais e derivadas compostas, prendemos nossa bandeira do Brasil com barbante na parte de tras do bixinho e pegamos a estrada.

O companheiro Jair precisava enviar um fax pra Maria (sua esposa) pra resolver uma questão sobre a carteirinha do albergue da juventude, por isso resolvemos dar uma paradinha estratégica no aeroporto de Ribeirão Preto (Salve Matheus e Flávia), pois acreditávamos ser possível passar o fax e comprar créditos pro celular do Johnny.

Estacionamos El Cuervo e ao perguntar na mesa de informações sobre serviço de fax fomos informados que não tinha nenhum serviço ali de passar fax...ai ai ai, que probleminha desagradável, foi quando nosso companheiro Vitor, empunhando sua vistosa e mística barba (um dia descobriremos o segredo épico relacionado a essa barba) resolveu dialogar com uma simpática mocinha que trabalha na Localiza (locadora de automóveis)  após contar resumidamente a aventura que estavam fazendo (e já amigo da menina) convenceu-a a passar o fax pro Jair sem nenhum custo.

Agradecimento feito, ouvimos anunciar no sistema de auto-falantes do aeroporto: "Por favor proprietário do veiculo Ranger, placa x, comparecer ao balcão de informações" bem, era o nosso Cuervo que estava tendo seu momento de fama, agora ele começara a ser conhecido pela legião de passageiros que  ocupavam o saguão de embarque do aeroporto de Ribeirão.

A notícia era que havíamos deixado a chave na fechadura da porta do motorista, como o Vitor tinha conseguido a coisa do fax, aliviamos a bronca, rimos, demos graças e louvores por não terem levado o bixinho e voltamos pra estrada.

Nisso o Jair diz que daria de tudo por uma piscininha com água gelada naquele momento, não tínhamos piscina, mas, tínhamos uma garrafinha de água, mas, ao pegá-la percebemos que o rapaziinho do evento da chave e do fax não fechou muito bem a garrafa da última vez e El Cuervo tinha uma pequena Jacuzi na parte de traz particular para o Johnny... He He He.


 

Ja na estrada avistamos ao longe um redemoinho bem grande que vinha bem na nossa direção, foi então que percebemos que aquela formação era uma obra rara da natureza, por se tratar de uma manada de sacis silvestres montados em seus Guaxinins terrestres.

O rapaz do pedágio tentou disfarçar e disse que era resultado da aragem da terra feita pela indústria da cana, mas isso era apenas desculpa dos nativos pra que o mundo não descobrisse esse tesouro da fauna que guardam.






 
Horas deppois de estrada e caminho de Araxá (MG) paramos pra colher um pouco da terra por onde estávamos passando (ah...os exóticos bem sabem o valor que isso tem, mão-com-mão companheiros) enquanto o Johnny interagia com os caminhoneiros estimulando-os a buzinar. (“É bom andar a pé, sem sapato, sem direção a toa”).



Logo depois avistamos uma graciosa e poética imagem, contra o sol, na encruzilhada ligando nada a lugar algum, a silhueta de um senhor de chapéu junto com uma grande árvore, paramos pra uma foto e seguimos (ah...a companheira Deyse tira as fotos que mais gosta  com uma máquina de filme, dessas que se revela o negativo e pega o resultado dias depois).

Passando nas estradas vimos cenas não muito belas, queimadas por todo caminho e muita vegetação destruída..fizemos um momento de silêncio....
Nesse trajeto todo o Vitor já se sentia um Az no volante, estava dirigindo (voluntariamente) desde a saída de São Paulo e arriscou algumas manobras ousadas nas vazias vias por onde estavam passando (mãe fica tranquila).

Eis que finalmente (lá pelas 15h00) chegamos a Araxá (MG) e fomos recepcionados pela placa que segue:



Em minutos já na família do Johnny,atacamos a comidinha caseira mineira e descobrimos um segredo do Johnny, ele toma pílulas de nanicolina, pois toda a família dele é gigante, e diretamente proporcional ao tamanho físico é a grandiosidade da generosidade, simplicidade e carinho que nos trataram.

Jair e Vitor

Conhecemos a história do nome do novo membro da familia (Lane Ketelyn) ...hehe (Essa foi ótima Paulão). Propusemos a Dona Nilza (membro mais experiente da família) uma oração, ela logo aceitou e foi nos contando sobre as 10 cirurgias por que já passou e segue mais forte que os 4 dessa viagem.

Em minutos a casa estava cheia pra oração tinha vizinho de cima, de baixo, da família da outra casa, da banda da igreja e todos rezamos o oficio divino da juventude, diferentemente do dia anterior, quando o Vitor conduziu a oração, dessa vez o Jair de forma terna nos conduziu a orar... Vale lembrar o resgate que a Deyse fez:

"Deus é amor, arrisquemos viver por amor. Deus é amor Ele afasta o medo"



Em seguida nos rendemos ao pastelzinho da Dona Nilza e ainda levamos biscoitinhos caseiros mineiros que estamos degustando agora ...hummmmmmm
Com o coração na mão, seguimos rumo a Goiânia (GO) agora sob a direção do Jair.


Atrás: Paulo, Elaine, Romeu e Marcos / frente: Deyse, Johnny, Jair e Vitor

Enquanto escrevia esse texto passamos, acidentalmente por cima de um animalzinho desatento no meio da rodovia... novo momento de silêncio. O Jair brigou com o GPS e a Deyse destacou que seu cabelo começava a parecer um ninho de Mafagafos..

Comentem!

Axé!!

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Entrou na roda com a gente

Girando pelo mundo...